“Quando não se sabe para onde se
quer ir, qualquer caminho serve.” (parafraseando Lewis Carrol, em Alice no País das Maravilhas)
Esta não é apenas uma frase
contextualizada, direcionada apenas para Alice, quando esta se encontra numa
encruzilhada no meio da floresta. É uma pergunta de questões últimas, ou seja,
que revelam como significamos nossa vida, nossa existência, e, em último caso,
a resposta a estas questões revelam o motivo pelo qual nos encontramos aqui,
juntos, neste mundo.
O que me fez remeter a essa
questão não foi o acaso, nem tão pouco um gato sorridente, mas uma ida
solitária a um shopping. Após assistir ao filme Hobbit “2” (que detestei,
diga-se de passagem, não por ele talvez, mas pela minha falta de total
alienação exigida para assistir a esse filme de forma “despropositada”), e ao
passear em um shopping lotado de pessoas interessadas em compras, compras e
compras; ao passar por lojas que tentavam disputar a atenção dos consumidores,
quero dizer, consumistas que por ali passavam – dos quais é claro, me incluo- e
após observar tudo isso, ainda me perguntava como era possível num mesmo mundo
de tanta fartura e opulência, tanta gente ainda morrer por falta de comida,
cuidados básicos de saúde, e, mais ainda, sem nenhum acesso a qualquer coisa
que poderíamos chamar de lazer, ócio ou mesmo "realização”.
Não me considero um ativista
social, nem mesmo alguém capaz de “nadar contra a corrente”, mas, absolutamente,
não nasci para isso!, não quero entrar nessa disputa, numa concorrência para saber
quem sobreviverá a uma seleção, prova, concurso, sei lá mais o quê! Como
conseguir achar algum sentido numa vida assim? Como alguém consegue realmente dormir
se sentindo realizada ao viver, morar e existir neste mundo? Sei que não sou o
único atormentado com estas questões. Sei mais ainda que tenho muito a melhorar
– e muito mesmo – para conseguir enfrentar a enxurrada de tendências,
marketings, modas e tantas outras tentativas materialistas que fazem com que eu
fique, só aqui, na minha casa, no conforto que esse quarto oferece, na
tranquilidade que é escrever na frente de um notebook que, diga-se de passagem,
nem metade da população mundial tem acesso, e boa parte nunca terá! Sou mais do
que isso, devo ser e quero ser!
Realmente esse é um mundo
estranho. É um mundo absurdo esse em que vivemos! Será que isso mudará? Será
que daqui a 50, 100 anos ainda continuaremos a pensar que há diferenças entre
um homem branco e um homem negro? Entre um indígena e um japonês? Entre um
homem que possuí um barco do tamanho de um prédio e um homem que vive na Savana
africana? E não estou falando só de desigualdade social não! Estou falando em
mais, estou falando de preconceito, inversão de valores e diferenças que ainda
insistimos em manter!
Mas ainda tenho coragem, tenho a
certeza de que não estou só – afinal de contas, não é possível que diante de
tanta arrogância, enganação, corrupção e tanta falsidade isso só caiba a mim,
só caiba a mim conseguir enxergar através desta barreira. Eu sei que não estou
sozinho e espero que, de onde você estiver, como receber esta mensagem, possa
também unir seu coração e sua alma a minha para que juntos – e somente juntos –
possamos construir algo diferente!
Que possamos saber para onde
estamos indo, que saibamos para onde queremos ir, e como queremos estar, pois
só assim poderemos unir nossas forças, nossas vontades, nossos ideias por algo
diferente do que hoje vemos, vivemos e sentimos.
Adorei o texto.
ResponderExcluirNos faz refletir sobre um futuro melhor e, principalmente sobre quais caminhos devemos tomar para nos tornarmos pessoas melhores.
Uma vez "melhorados" seguimos a diante na tentativa de melhorar tbm as pessoas que nos rodeiam.
Lindo texto.
Inspirador! Que esta seja uma reflexão diária para que se torne cada vez mais consciente em cada um de nós a importância de olharmos com amor e respeito ao nosso próximo e assim a mudança virá naturalmente e de forma a beneficiar a todos.
ResponderExcluirParabéns pelo belo texto!
Fernanda