quinta-feira, 8 de abril de 2010

Não sei bem o que deveria escrever neste primeiro texto do meu blog. Talvez devesse iniciar fazendo uma reflexão sobre o que espero, o que almejo deste meio de comunicação onde poderei partilhar parte da minha experiência pessoal - já isso seria um bom objetivo a ser atingido.

Ou ainda poderia fazer diferente: contaria sobre quem sou, minha história de vida até aqui, as experiências que passei, as dificuldades que passei, as vitórias que conquistei...; tanta coisa que por si só também dariam bastante "pano pra manga".

Mas quem sabe eu comece diferente?! "Só pra contrariar"- e para satisfazer àqueles que me conhecem, e sempre esperam de mim a inclusão de uma idéia "picante" e "polêmica" - falemos de um assunto, a mim particularmente caro: Deus (-Uau! Isso sim dá "pano pra manga!").

Todos - inegavelmente, todos! - possuem alguma idéia ou conceito acerca desta palavra, "Deus" - que para alguns pode estar escrito com "d" maiúsculo ou minúsculo, mas preservemos aqui o bom português e demos a "Deus" o mérito do substantivo próprio, como a qualquer outro nome -. Sim, até mesmo o ateu, por mais que negue a existência daquele, não poderia desmentir que a própria etimologia da palavra pela qual se define, já possui em si mesma a negação desta entidade.

A Deus são atribuídos várias características, uns o chamam de "Criador", outros de "Pai"; alguns ainda lhe atribuem características bem peculiares, como "onisciente, onipresente e onipotente" - retiradas, quase sempre, das lembranças do que um dia foram algumas lições catequéticas durante a infância.

Quanto a mim prefiro-lhe outras designações menos usuais, como o "Tudo", ou "Origem e Fim"; ou ainda, de maneira mais particular, "o Verdadeiro Sentido da Vida" - conceito o qual comprometo-me em debruçar-me mais adiante.

Muito embora cada um de nós possa possuir experiências muito diferentes em si mesmas, tão diferentes quanto as impressões digitais que trazemos conosco; é inegável também concluir que todos, alguma vez durante nossa vida já nos perguntamos sobre aquelas tão famosas indagações: "de onde viemos? Para onde estamos indo ? Existe algo após a morte?", e tantas outras que nos fazem refletir sobre a importância de nossa existência em relação ao mundo em que vivemos.

Alguns porém não se detêm muito sobre essas questões: preferem respostas rápidas como aquelas já "pré-fabricadas"- "Deus me criou e isto me basta. Sigo a minha vida fazendo o bem que acho que devo" - ; ou ainda - "Se Deus existe ou não, para mim não faz diferença, o importante é 'ajudar, sem olhar a quem'" - e poderíamos colocar aqui tantas outras respostas rápidas para esta questão.

Fato é que, se você já leu este texto até aqui, muito provavelmente seja porque você, assim como eu, já se deteve por muito mais do que alguns minutinhos para refletir sobre esta questão. E mais, para você, como para mim, este assunto tem uma importância tão central nas nossas existências que as conclusões retiradas de suas reflexões não só nos respondem àquelas perguntas supracitadas, mas também nos indicam a maneira pela qual interpretamos e entendemos a própria realidade que nos cerca - será que acertei?

Mas o que esperar de mim, um pessoa que como você também está buscando, continuamente, entender os fenômenos que nos cercam e, não raras vezes, nos colocam em situações bem embaraçosas, em que nossa "vã filosofia" não dá conta de responder?

Talvez aqui seja importante começar a relatar algo de especial da minha pessoa, algo que faça deste blog algo único: vivi durante dois anos numa comunidade monástica cristã-católica e hoje estudo psicologia e interesso-me por vários assuntos referente à filosofia, mais precisamente aos assuntos epistemológicos (se é a primeira vez que você "ouve" ou lê esta palavra, seria muito bom procurar o significado dela antes de continuar).

A primeira pergunta que a grande maioria das pessoas sempre me fazem quando se tornam cientes desta minha experiência dentro da Vida religiosa é: "por que você deixou o mosteiro?", e eu sempre faço questão de responder de uma maneira totalmente inesperada: - "É porque, quando os motivos que me fizeram entrar deixaram de existir, eu vi que tudo aquilo que eu buscava ali, eu encontraria também fora".

Não posso negar que sinto ainda muitas saudades daquele espaço único, onde pude realmente realizar experiências maravilhosas e profícuas. Mas mais do que isso, aquele lugar foi um ambiente muito importante para encontros - no amplo sentido da palavra - onde várias indagações puderam ser plenamente respondidas, mas onde também muitas outras surgiriam.

Das questões respondidas poderia citar várias, mas, para efeito de foco e continuidade da questão, vou me ater apenas a algumas: 1) Quem é Deus?; 2) Quem sou eu?; e 3) O que me motiva a continuar a viver a minha existência?

(continua)


"Caminhando..."

7 comentários:

  1. Sua fâ número 1! Sigo "caminhando" com você, sempre!

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  2. Uai rapaiz!!!
    Muito bom o texto!!!
    Gostei de ter lido

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. "E mais, para você, como para mim, este assunto tem uma importância tão central nas nossas existências que as conclusões retiradas de suas reflexões não só nos respondem àquelas perguntas supracitadas, mas também nos indicam a maneira pela qual interpretamos e entendemos a própria realidade que nos cerca - será que acertei?"

    Acertou! Mas há outras perguntas ainda mais difíceis originárias das respostas (ou hipóteses) que encontrei.

    Espero que faça uma excitante e envolvente caminhada por aqui! Estarei te seguindo de perto! E espero que goste do caminho...

    Um abraço!

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  5. Teve a manha, Cormanich!!
    Texto muito bom.
    Esperando ansiosamente pela continuação...
    Beijo

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